quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Manifesto gay cubano reclama pelo fim das repressões impostas pela Agencia de Segurança de Estado e pela Polícia Nacional Revolucionária

Por Aliomar Janjaque Chivaz, membro da "Fundação Cubana LGBT Reinaldo Arenas" e correspondente para o Blog Gays de Direita, via e-mail.


O comitê gestor do evento “Mr. Gay Cuba”, a Coordenação Geral da Festa Gay Liberdade e a Direção Nacional da Fundação Cubana LGBT Reinaldo Arenas, exigem ao governo cubano que se cesse [as ações] do estado repressivo contra as atividades culturais organizadas e executadas de forma independente sobre a comunidade homossexual cubana.

Recentemente o comitê gestor do Mr. Gay Habana foram golpeados, presos e os equipamentos de trabalho foram apreendidos quando encontravam-se reunidos na casa de Mario José Delgado Gonzáles, vice-presidente da Fundação Cubana LGBT Reinaldo Arenas, ao finalizarem os detalhes para a execução em Havana o primeiro concurso de beleza “Mr. Gay Habana”.

Naquela época, a repressão governamental contra os ativistas defensores de directos humanos e da comunidade homossexual concluiu-se com a expulsão da universidade os estudantes José Gonzáles e Rafael, estudantes de medicina e vencedores do concurso “Mr. Gay Habana”.

Neste momento, outra cruzada repressiva oficial contra as organizações pró direitos humanos ocorreu quando prenderam em Havana o professor de educação artística Henri Solis e o coordenador-geral da Festa Gay Liberdade, a qual reuniu dentro e fora da capital centenas de jovens homossexuais que a freqüentaram em busca de lazer.
A prisão deste homem de 27 anos (Henri Solis) ocorreu por coordenar e executar a saída e a entrada, em Havana, de equipamentos de áudio para Pinar Del Rio, desinados à Festa Gay Liberdade.

Henri Solis primeiro foi levado à interrogatório quando as autoridades confirmaram oficialmente que o sistema de segurança estabelecido para impedir a saída dos equipamentos de áudio em Havana foi burlado pela equipe de coordenação da Festa Gay Liberdade, a qual os introduziu em Pinar Del Rio. Um dia depois, enquanto estava trabalhando numa oficina de artesanato na Casa de Cultura Wajay Solis foi algemado e preso pela Polícia Nacional Revolucionária em frente aos seus 19 alunos, todos menores de idade, que estavam acompanhados de seus pais. Ele foi multado em 500 pesos, por recusar-se a dar detalhes sobre o Comitê de Coordenação da Festa Gay Liberdade e também por recusar-se a envolver os ativistas de direitos humanos que estavam sob sua coordenação. Atualmente Solis está sob investigação liderada pelo oficial Frometa na delegacia de Calabazar.

Em Pinar del Rio a Polícia Nacional não conseguiu intimidar nem retirar os jovens que se reuniram ao redor da Festa, os quais estavam ali em busca de por motivos de recreação, reunião e associação. Diante do intento de retirá-los do local com repressão, estes responderam dando-lhes as costas e ignorando aos chamados dos policiais, e também dizendo-lhes que estavam apenas dançando e se divertindo e que isto não era crime.

Rubio, lésbica e membro da Fundação Cubana em Pinar del Rio, proprietária da casa onde se realizou a Festa Gay Liberdade, disse, por telefone, à direção nacional da Fundação Cubana LGBT Reinaldo Arenas em Havana que a determinação espontânea dos freqüentadores da festa desarticulou o poder repressivo da polícia, de forma que eles tiveram medo de que a Festa pudesse se converter em algo mais. A orientação que ela tinha da direção nacional da Fundação LGBT em Havana era de executar a atividade às 3h da manhã. Foi por esta razão que a Agencia de Segurança do Estado Cubano permitiu a realização do evento que reuniu 485 homossexuais e 85 heterossexuais.
A polícia de Pinar del Rio apreendeu o automóvel usado para o transporte dos equipamentos de áudio em Havana, sendo que, o DJ Daramis Almenteros foi expulso da província. Depois que ele este teve seus equipamentos de áudio confiscados, foi avisado de que poderia reclamar com as autoridades que quisesse, pois a policia tinha ordens para recolher os equipamentos já que estavam sendo usados para instigar os “maricones” contra os princípios da revolução.

O comitê gestor do “Mr. Gay Cuba”, o comitê coordenador da “Festa Gay Liberdade” e a “Fundação Cubana LGBT Reinaldo Arenas” exigem ao governo cubano que se parem estas ações repressivas implantadas pela Polícia Nacional Revolucionária e pela Agência de Segurança de Estado Cubano contra as atividades culturais organizadas de forma independente.

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