terça-feira, 29 de setembro de 2009

Polícia Nacional Revolucionária (Cuba) confisca equipamentos de áudio da “Festa Gay Liberdade”

Nota via e-mail de Aliomar Janjaque, ativista de direitos humanos e vice presidente da Fundação LGBT “Reinaldo Arenas”, além de ser correspondente cubano para o Blog Gays de Direita.

A delegação da Fundação Cubana LGBT em Pinar del Rio, confirmou nesta quarta-feira a apreensão de equipamentos de áudio pela Polícia Nacional Revolucionária, destinados à “Festa gay liberdade”.

Nós estávamos na periferia de Pinar Del Rio e de volta [de carro] à Havana quando fomos interceptados por duas patrulhas da polícia. Ao motorista não foi pedido nenhum documento, apenas foram diretamente confiscar os equipamentos de áudio. Me pediram para que entregasse os equipamentos juntamente com o cartão de identidade para que pudessem provar que estava tudo em ordem. Em seguida, mandaram o resto dos garotos irem embora, meteram os equipamentos nas patrulhas e me levaram algemado.

Fomos até a Delegacia de Polícia e, ao ser atendido pelo Tenente-Coronel Molejón, este nos disse que tinha ordens de não devolver os equipamentos de áudio. Molejón ameaçou ainda dizendo que eu poderia reclamar com quem quisesse e que tinha que deixar a província, elaborar a documentação pertinente e voltar lá para reivindicar o equipamento, se os ativistas quisessem tê-los de volta.

[GAYSDEDIREITA: Esta manobra, trata-se evidentemente de mais uma intimidação para desestruturar a organização da militância gay em Cuba, expulsando os líderes da organização “Reinaldo Arenas” de Havana, além de impedir a realização de mais um evento.]

“Eu sabia ao que estaria exposto ao apoiar a festa gay liberdade, porém nunca imaginei que [o governo] pudesse ser tão déspota e tão f.d.p.”, disse Daramis Almenteros [1], DJ heterossexual que havia disponibilizado seus equipamentos de áudio à Fundação Cubana LGBT a fim de desenvolver com ele um local de recreação cultural onde a comunidade gay pode freqüentar de forma gratuita.

A festa gratuita “gay liberdade” conseguiu em apenas 15 dias reunir, em Havana, mais de 757 jovens LGBT e em sua primeira apresentação executada em Pinar Del Rio reuniu 425 jovens homossexuais e 85 jovens heterossexuais

A "Festa Gay Liberdade" gerou dentro da comunidade um estado de protesto civil contra a repressão policial.

Os garotos não queriam que lhes tirassem a música, disseram [à polícia] que eles não estavam fazendo nada de errado e que estavam apenas dançando. Deram-lhes as costas aos oficiais, ignorando-os, não se importando com sua presença e sem atender aos chamados. Aos freqüentadores da festa não lhes importavam que os repressores que eles estavam ali, deram-lhes as costas, sendo isto um ato de protesto pacífico perante a intimidação que se tentava implantar. “Aqui, quando estamos em grupo nadando e [quando] a polícia passa, sentimos medo de que nos levem presos e nos coloquem em perigo. Mas o que aconteceu em minha casa foi justamente o contrário, os garotos defenderam o seu espaço.”

Os oficiais da polícia estavam nervosos e não sabiam o que fazer, pois algo assim nunca havia acontecido anteriormente, aqui se fazem festas gays, mas [a entrada] custa 20 pesos cubanos, todas são ilegais e vão poucas pessoas, pois esta vida é muito dura e quase não há o que comer. Muitos se prostituem para poder fazer algum dinheiro e poder assistir [à estes eventos].

“Quando se correu o boato por todos os lugares de que esta festa seria gratuita, todos baixaram para aqui, não parava de chegar gente”, disse Bárbara Rubio, lésbica de 58 anos e proprietária da casa onde ocorreu a atividade cultural “Festa Gay Liberdade”.

Além disso, em Havana, Henry Estevez Solis [2], Coordenador Geral da "Festa Gay Liberdade" foi levado para interrogatório pelo oficial Frometa, chefe do setor de crimes de Calabazar. A alegação do motivo da prisão é de que Solis coordenou a saída e entrada dos equipamentos de áudio em Pinar del Rio.

“Ele queria que eu declarasse culpado de que a “Festa Gay Liberdade” reuniu em uma casa no centro de Pinar Del Rio mais de 400 jovens homossexuais que foram para dançar e escutar música, e logo me disse que eles sabiam que nós queríamos encher a cidade de Pinar Del Rio com a merda do “Mr. Gay” [3] e que nossa fama e de estar dando entre os “viadinhos” [4] de Havana”, disse Henry Esteves Solis.

Disseram me para que me informassem de que para ter um equipamento de áudio da província sem ser minha propriedade e nem ter permissão era um delito, e quando mostrei a ele uma fotocópia de que os equipamentos eram de minha propriedade, ele me deu um tapa com a mão e disse que aquilo não servia, e que devia entregar os papéis originais. Eu me neguei em fazê-lo e deixaram-me detido, sem me oferecer comida ou água. Disseram-me que ali eu iria em me converter num homenzinho e que eu devia ir me preparando”.

Solis foi posto em liberdade depois de 11 horas de detenção e encontra-se ainda sob investigação por obter um equipamento de áudio da província e introduzi-lo em outra província a fim de propiciar desordem pública em Pinar Del Rio, segundo o oficial Frometa quem lidera o caso.


Notas:

[1] na fotografia em que há um homem segurando uma bandeira é o proprietário dos equipamentos de áudio, DJ Daramis Almenteros.
[2] o jovem de camisa branca na fotografia é o Henry Esteves Solis.
[3] o policial se referiu ao evento “Mr. Gay Habana”, devidamente reportado neste blog.
[4] A expressão usada por Henry Esteves Solis é a de “maricones”.




2 comentários:

  1. Bando de animais, ou vocês são GAYS ou são de DIREITA. As duas coisas ao mesmo tempo não dá.

    Decidam-se, filhos da puta.

    Saudações Cordiais.

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  2. CREDO QUE TIPO DE IDIOTA FREQUENTA REGULARMENTE UM BLOG ANTI-COMUNISTA?????????


    GAYS???? de DIREITA????????? <<< (Ei retardados direita quer dizer DEMOCRACIA CRISTÃ))))

    Voltem ppra escola otarios

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