Sair do armário: direito ou obrigação?

Uma campanha com o objetivo de levar os “Vips gays” a saírem do armário está sendo arquitetada e, em breve, poderemos conferir ONGs de “direitos gays” divulgando uma lista de famosos que são gays, ou melhor, que eles acham que são gays.

Muitos argumentam que o ato dos famosos saírem do armário é algo positivo, pois estimula mais pessoas a tomar coragem de se assumir, para não viver num mundo hipócrita. Exibido na televisão no último domingo (04/04/10), o programa “Fantástico” da Rede Globo abordou o assunto e mostrou o caso dos cantores Netinho e Ricky Martin. Importante ressaltar que estas pessoas revelaram publicamente sua homossexualidade por vontade própria.

No entanto, alguns ativistas de “direitos gays” dão mostras de querer limitar o direito dos outros à privacidade e querem agora fazê-los sair do “armário” de maneira forçada. É como se um amigo descobrisse a homossexualidade do colega e fofocasse com todos na escola na hora do recreio, ou seja, uma atitude infantil, para dizer o mínimo.

Num artigo recentemente publicado no site Terra, Miguel Falabella disse:

RICKY MARTIN ASSUMIU:

“Achei maravilhoso. Mas acho tão fora de moda esse negócio de questionar a sexualidade dos outros. O mundo está acabando... Não tenho a menor intenção de saber a opção sexual das pessoas, só das que quero comer. Se ele teve esse tipo de necessidade é um fato. Os preconceitos sempre vão existir, porque o ser humano é mesmo intolerante!”.

E VOCÊ?

“Não faria isso, porque o Brasil é muito despreparado. Somos aborígenes, ainda mais porque esse tipo de imprensa é de quinta categoria. E se você assume, passa a ser gay e deixa de ser tudo o que você realmente é”.

O ator tem razão. Ser homossexual é apenas uma característica de um conjunto “incatalogável” de virtudes humanas, as quais o ser humano passa a vida inteira descobrindo e desenvolvendo. É essencialmente ridículo um indivíduo se definir apenas como “gay” ou “lésbica”, comportamento, aliás, bastante comum entre fanáticos e adeptos daquilo que chamo de “Fundamentalismo LGBT”.

Trata-se de um comportamento que é visto neste país há anos e foi muito pouco criticado. É quando o sujeito não consegue desenvolver todas as suas qualidades e passa a se focar somente numa determinada característica de sua personalidade. Imagine se um determinado profissional desse grande ênfase ao fato dele ser careca e passasse a se dedicar mais em advogar pela causa dos carecas do que em evoluir na sua profissão. Com efeito, o sujeito se tornaria um péssimo profissional, algo do qual o movimento gay está repleto.

Mas o fundamentalismo LGBT não se compõe apenas de pessoas que se limitam a determinar e adotar um comportamento para si: querem também que os outros adotem o mesmo comportamento. Por exemplo, todo homossexual tem que ser aquela bichinha efeminada, que anda rebolando, que se veste com roupas coloridas e extravagantes do mais puro desgosto, promíscua, ouve músicas da Madonna e da Cher, odeia futebol e por aí vai. Por onde passam, fazem questão de ter a sua presença notada. Os gays que não se enquadram nestas “regras comportamentais” são vistos como pessoas que sofrem de “homofobia internalizada”. Ou seja, aqueles que não deixam evidente para a sociedade a sua preferência sexual (como se os outros precisassem saber o que você faz na esfera particular) são, para esses fanáticos, pessoas “anormais” ou, pelo menos, não-gays.

Com um movimento formado por ativistas talibãs, que utilizam como estratégia o terrorismo psicológico e social, já era de se esperar que propostas invasivas como estas fossem surgir, cedo ou tarde. Não é a toa que o maior medo de um pai ou de uma mãe quando um filho “sai do armário” não é a homossexualidade em si mesma, mas o tipo de criatura bizarra que ele pode se tornar por conta das “más influências”. Mas não se preocupem com isso, diriam estes militantes fanáticos, pois há muito a ser feito. E isto é verdade. Ainda haverá neste país muitas “aulas de drag-queens” financiadas com dinheiro público para os gays adolescentes aprenderem a se comportar como bichas escrotas.

E fica cada vez mais risível esta situação. Um movimento sai por aí reivindicando direitos, mas se coloca como inimigo dos direitos individuais. Criticam a inquisição, mas querem também ser inquisitores. Reclamam da falta de liberdade – falta esta que nunca existiu no Brasil, pode acreditar – , mas são eles os primeiros a propor leis para cercear a liberdade alheia. O que mais falta a estas “bichas velhas despirocadas” propor!?